Prólogo
Mais um dia comum no acampamento, isso é, para a maioria dos semideuses. Muitos já haviam sido convocados para missões e de fatos alguns já haviam retornado, um exemplo disso era o filho de Dionísio, Leodak. Portanto, o garoto ainda se encontrava na enfermaria. Por mais que sua missão havia sido completada com sucesso, o semideus havia chegado ao acampamento desacordado e com os músculos de seu corpo completamente danificados, devido a uma forte carga elétrica que havia recebido durante o desenvolvimento de sua tarefa. Assim que ele acordou, caminhou até um dos armários onde se encontrava os medicamentos e pegou um pedaço de ambrosia, e colocou em sua boca, em seguida saiu da enfermaria.
Após sair da enfermaria caminhou calmamente pelo acampamento. Eventualmente era abordado por outros campistas que queriam saber o que ele havia feito fora do acampamento. Ele simplesmente sorria e dizendo que não havia acontecido nada de muito especial, mesmo estando todo machucado. As pessoas fingiam acreditar, mas todos sabiam que havia acontecido algo de fato. De fato, ele só dizia aquilo para não ter que conversar com as pessoas, seu único desejo naquele momento era ir atrás de um pouco de comida no refeitório, e tudo que aqueles campistas faziam era atrasa-lo.
Ao chegar no refeitório caminha até a mesa de Dionísio e se senta ao lado de um de seus irmãos, não lembrava o nome dele, pelo simples fato de não ter falado ainda com todos, e... Bem, ele não era muito bom com nomes, mesmo não admitindo aquilo... Nenhum ser vivo gostava de falar de seus defeitos, independente de sua natureza, seja ela humana ou divina. Afinal, eu não me lembro da última vez que Zeus admitiu ter tomada alguma atitude errada, por mais que tenha sido provado que ele se comportou de maneira equivocada. Enfim, o garoto pegou uma torta de chocolate e começou a comê-la. Precisava de energia e aquilo seria perfeito, considerando que chocolate é uma ótima forma de conseguir energia. Ao terminar se levantou.
Todos os campistas iam para a arena, a aula começaria em breve, contudo, Leodak não se dirigiu a aquele local. Ele caminhava em direção ao chalé de Dionísio e sabia que estava infringindo as regras, mas ele não teria condições de assistir a aula. Por mais que ele havia ingerido um pouco de ambrosia e por isso não sentia mais as dores de seus ferimentos anteriores, seu corpo estava em extrema fadiga, não só pela missão, mas pela recuperação que havia sido obtida através da ambrosia. Sim, ela fazia com que ele se recuperasse e não sentisse mais dor, porém a recuperação era feita tão rapidamente que acabava por fazer com que seus músculos fossem distendidos, para que depois fossem recuperados.
Ele bateu na porta do chalé duas vezes, algo desnecessário já que todos os seus irmãos estavam nas aulas... Se bem que o garoto não se sentia confortável com a ideia de morar no chalé... Era como se estivesse abandonando sua mãe e a forma de vida como conheceu para morar com um pai que nunca havia se mostrado durante sua vida. Mesmo que as vezes ouvisse algo em sua mente, alertando-o de perigos e dizendo como prosseguir. Eram raras as ocasiões em que isso ocorria, mas não podia negar que elas ocorriam. Leodak abriu a porta e adentrou no chalé.
Rapidamente caminhou até sua cama, e se jogou sobre ela. Olhou para a mini geladeira e pegou um pouco de vinho, seria útil, muito útil. Pegou um vinho que havia ganhado recentemente, se fosse na Califórnia não poderia bebê-lo, todavia estava no acampamento e isso o permitia quebrar algumas regras da sociedade comum. Olhou ao redor e abriu o vinho. Esse era o lado bom de estar sozinho, se fosse em condições normais teria que oferecer a todos que estariam presentes. Bebeu um pouco, não era necessário copo, pois ele sabia que beberia tudo. Além de não precisar dividir. Eis que ele continuou a beber o vinho, agora deitado na cama, e não sobre ela. Pensou que deveria parar de pular nela, ou acabaria estragando-a... Permanentemente, o que seria muito ruim, já que ele não possuía dinheiro o bastante para comprar, sua única opção seria cobrar anos de pensão atrasada.
Enquanto estava em sua cama começou a pensar no acampamento meio sangue... Sim, aquele era o lugar mais seguro para semideuses no mundo... Tirando o fato de haver vários escorpiões gigantes, uma entrada para o labirinto de Dédalo... Monstros na arena, cães infernais, aves assassinas de Ares... Eventualmente os campistas eram atacados por harpias e ás vezes algum autômato do chalé de Hefesto perdia o controle e destruía metade do acampamento, fora isso tudo era seguro e perfeito para os semideuses. Sem contar às vezes que os membros de um mesmo chalé se enfrentavam na arena para ver quem lideraria o chalé. Fora isso o lugar era perfeitamente seguro.
Vamos a floresta.
Eu estava quase dormindo quando alguém bateu em minha porta. Olhei ao redor e girei os olhos. Quem seria aquele que ousava bater em meu chalé? Atitude no mínimo repugnante, considerando que eu não gostava de visitas, muito menos de pessoas. Esperava do fundo de meu ser que a pessoa que havia me chamado tivesse um ótimo motivo para vir até mim, ou esse não viveria muito tempo. Levantei-me e caminhei até a porta, colocando a garrafa de vinho ao meu lado, e me prestando atenção para ver se não havia nenhuma bebida a vista. Poderia ser um dos inspetores do acampamento e isso seria meio desagradável.
Enfim, abri a porta e me deparei com um semideus. Ele aparentava ter minha idade e por algum motivo aquilo não me surpreendeu. Acho que pelo fato de vir até mim, não deveria ser tão mais novo ou mais velho. O fitei por alguns instantes sem dizer nada, como se esperasse ele dizer alguma coisa, mas o campista parecia estar um pouco distraído por seus pensamentos. Olhei para os lados já ficando impaciente e por isso disse:
– Posso ajudar? – Está fazendo algo de importante? Pensei em ir para a floresta explorar, e para isso precisaria da ajuda de alguém. – Ok... Tudo bem... Vamos lá... Eu sou Leodak. – Eu sou Billy, filho de Hermes, muito prazer. – Só um minuto. Ao terminar de falar entro para meu chalé para pegar meus equipamentos. Coloquei minha espada em forma de anel, agora estava em dedo. Em seguida coloquei meu bastão, que também havia sido presente de meu pai nas costas e a máscara das mil faces em meu rosto, de modo que ela se misturasse a minha pele e eu continuasse com minha aparência, minha forma original. Voltei para a porta e dei um leve tapa no ombro dele, indicando que já estava pronto para ir explorar a floresta. Ele se virou e começamos a nos mover.
Enquanto andava pelo acampamento fui abordado para alguns campistas mais novos que eu, não em termos de tempo no acampamento, mas em idade. Alguns podiam ser até mais poderosos do que eu. Eles perguntavam qual o motivo de meu deslocamento, uma nova missão? Sorri para eles e disse que iriamos explorar o bosque, não sabia o que aconteceria lá, portanto não podia dizer muita coisa sobre o que aconteceria. Em seguida disse para eles que nos veríamos no jantar, então contaria tudo o que aconteceria na floresta para eles. Deste modo me livrei das perguntas e não tive que continuar conversando com eles.
Ao chegarmos na entrada da floresta, ele disse que talvez iríamos lutar contra algumas criaturas e que isso podia nos por em desvantagem, já que ali havia uma grande quantidade de inimigos para serem combatidos. De qualquer forma, seria mais difícil vencer dois semideuses do que apenas um, e esse era o motivo para ele ter me convidado para acompanha-lo naquela pequena exploração. Assenti e entramos na floresta.
Não houve complicações no caminho, desviávamos de troncos, tomando cuidado para não escorregar no musgo que havia em alguns troncos caídos. Parecia que havia tido alguma atividade na floresta recentemente e talvez esse era o motivo para Billy ter que explora-la, dei de ombros, minha obrigação era caçar os monstros e ajuda-lo em combates, não elaborar teorias para minha ida ao local. Conforme avançávamos, parecíamos ir em direção a uma clareira e isso parecia ser bom, mas também havia a possibilidade de haver monstros escondidos no local. Caminhei junto ao filho de Hermes que demonstrava velocidade e destreza na hora de desviar dos troncos.
Depois de alguns minutos de caminhada chegamos a uma clareira, mas não era uma clareira comum, tinha um amontoado de pedras. Olhei para ele e perguntei o que era aquilo. Ele disse que estávamos no punho de Zeus, uma homenagem ao deus, pois se vista de um ângulo em especifico parecia um punho saindo da terra. Logo indaguei que por ser um punho de pedras e sair da terra devia ser batizado em homenagem a Gaia, e ele disse que não podiam fazer aquele tipo de associação, porque os titãs eram mal vistos pelos deuses. Dei de ombros. Nos sentamos no local e descansamos um pouco, talvez aquele havia sido nosso erro.
Assim que me levantei uma harpia surgiu dando uma investida contra mim, meus olhos ficaram roxos e naquele momento peguei meu bastão que estava em minhas costas. Sua investida perdeu a força e ela aparentou estar mais fraca, conforme ela avançava ia perdendo o equilíbrio no ar, então eu esperei pelo momento certo e girei junto a meu bastão, de modo que sua parte de corte passou pela garganta da ave, fazendo com que sua cabeça voasse longe. Surgiram mais duas harpias, uma para mim e uma para Billy.
Girei meu bastão em seu arco várias vezes, alterando o lado para o qual girava, dessa forma eu podia evitar qualquer investida da harpia contra mim. Eu me sentia bastante confortável com aquela arma, mesmo sendo a primeira vez que eu a utilizava, porém algo me deixa confiante, uma predisposição divina. Talvez fosse isso que eles relatavam quando falavam dos poderes de deuses. De fato não havia visto nenhum grande poder até agora, com exceção das minhas habilidades de invocar cantis de água. A harpia resolveu me atacar com uma bicada. Fácil demais, desviei para o lado esquerdo e bati a parte lateral de meu bastão em sua cabeça, percebendo que ela ficou zonza com o impacto, pois ela começou a voar, e antes se mantinha no chão. Provavelmente suas patas haviam ficado fracas e sem equilíbrio. Dei de ombros e executei um ataque giratório com meu bastão visando acertar seu abdômen. Parte do intestino da ave sai de seu corpo e cai sobre mim. Olhei para Billy e ele parecia já ter terminado com sua harpia, afinal ela estava ajoelhada no chão e o semideus a finalizou fazendo com que sua adaga perfurasse o queixo da criatura. Ela desabou para trás, enquanto eu simplesmente chutei o rosto da Harpia, fazendo com que ela caísse do topo do Punho de Zeus.
Coloquei meu bastão nas costas, todavia surgiam mais criaturas dispostas a nos atacar. Perguntei o que elas eram e Billy disse que aquele tipo de criatura se chamava Dracnae. Elas possuíam corpo de mulher e dois troncos de cobra no lugar das pernas, dessa vez estavam armadas. Nossas oponentes portavam lanças e isso parecia complicar significativamente nossa situação. Peguei minha espada e saltei de cima do Punho de Zeus. No momento que estava prestes a me chocar contra o solo dei um chute nas pedras me atirando para trás, e isso fez com que eu caísse sobre a criatura que recebeu todo o impacto do salto somado ao meu peso. Rapidamente me levantei e invoquei um cantil de água e a transformei em vinho, bebendo um pouco para recuperar partes de minhas energias. Só agora havia percebido que a primeira harpia havia me feito um arranhão no peitoral direito. Meu músculo parecia ter sentido, mas no calor da batalha não percebi meu ferimento que agora doía. Sendo que conforme bebia o vinho, maior se tornava o ardor. Ao terminar de beber estava pronto para atacar aquela criatura.
Ela deu uma estocada com sua lança, e eu esquivei para a esquerda. Em seguida ela fez um golpe lateral na altura de meus calcanhares. Olhei para trás e percebi que Billy lutava com outra dessas criaturas. Saltei a tempo de não ser atingido pelo seu ataque e quando estava no ar desferi um chute no rosto da criatura. Ela caminhou para trás, desviando do ataque e eu efetuei um golpe cortando de cima para baixo contra ela, que girou para a esquerda. Novamente efetuou uma estocada e dessa vez acertou minha coxa direita. O sangue escorreu e eu começava a sentir minha perna fraquejar, precisava terminar com aquilo. Ouvi Billy gritando por ajuda, ele estava desarmado e prestes a ser atacado pela sua oponente. Peguei meu bastão e usei toda minha força para arremesso para o garoto. No momento que ele viu o objeto voando girou para a esquerda e conseguiu pega-lo antes que caísse no chão, em seguida desviou o ataque da dracnae.
Minha oponente desferia várias estocadas contra mim, e eu sentia minha perna esquerda cada vez mais fraca, então resolvi que teria que terminar com aquilo rapidamente. Quando ela arriscou mais uma estocada, bati minha espada no chão e vinheiras surgiram, abraçando sua lança. Saltei e pisei na arma que ela portava, tomando um impulso ainda mais, eis que estoquei minha espada no olho da criatura, matando-a.
Olhei para trás e percebi que Billy já havia terminado de vencer a outra dracnae, então saímos da floresta o mais rápido que conseguíamos, agora que estávamos cansados não poderíamos lutar com outras criaturas como aquelas.
Obs: Eu editei uma vez para ver se corrigia um erro de código, e pelo visto deu errado. Por mais que eu tenha colocado o code para os títulos em vermelhos ficarem maiores, eles não ficaram. Então resolvi colocar esse aviso.
Obs2: Vou tentar pela última vez, se não funcionar a culpa não é minha.