Filhos de Hades (Outubro)

• Nome: Ellen Bergossi
Defeitos: Teimosia, orgulho.
Qualidades: Lealdade, boa em liderança.
Personalidade: Quando está de bom humor, até ri, mas quando acorda de mau humor, é só alguém falar “Oi” e já está avançando com a espada em punho. Não é tímida, mas também não gosta muito de pessoas. Às vezes se mistura, às vezes fica sozinha, recuada. Gosta de escuro e de cães infernais. Seus amigos são selecionados a dedo.


• Eu corria. Corria tanto que os meus pulmões ardiam. Eu não acreditava no que tinha acabado de ver. Três garotas que antes eram lindas agora haviam se transformado suas pernas em algo reptiliano, com duas caudas serpentinas. Elas eram malucas. Só podiam ser malucas. Queriam me pegar, dizendo algo sobre um deus do submundo. Claro, eu adorava mitologia grega e sabia que era Hades, mas por que elas estavam vindo atrás de mim?
Eu me escondi atrás de um carvalho enorme e virei para ver se alguém continuava me seguindo. Elas ainda estavam lá, mas como? Claro, elas não corriam muito, porque rastejam... Oh Deus, estou ficando mesmo maluca, pessoas que rastejam? E como podiam saber onde eu estava? Elas avançaram para o carvalho, gritando. Eu gritei e me abaixei.
Então um garoto gritou:
- USE SUA PULSEIRA!
- LARGUE DE SER MALUCO! – gritei de volta.
Como eu poderia usar uma pulseira contra monstros? Por que o comitê de boas vindas da escola elas não eram. Com a distração, elas conseguiram me golpear no estômago. Eu me curvei e me virei, furiosa. Dei um soco na sua face, gritando. Ela pareceu desorientada por um segundo, tempo suficiente para que eu corresse para longe mais uma vez.
Estava cansada de fugir. Eu não fujo nunca na minha vida, o que houve comigo? Entrei num restaurante e roubei duas facas de um casal que estava comendo. Saí enquanto eles me olharam estranho. Ah, ótimo, agora virei ladra de facas de restaurantes... Mas eu não tinha tempo para pensar.
Somente uma conseguiu chegar na frente, enquanto as outras ainda rastejavam. Ela avançou e eu cravei uma faca bem fundo em seu tórax. Ela apenas sorriu e tirou a faca do corpo. Eu a encarei e cravei a outra na sua têmpora. Não adiantou nada. O cara que tinha gritado antes estava correndo na minha direção... Sem calça.
Ele tinha pernas de bode? Senti um impulso de me abaixar e o fiz. Quando levantei o olhar, o monstro me olhou, furioso. Gritou por suas aliadas. O cara que tentava me ajudar pegou minha pulseira e a jogou no ar, mais de dois metros acima. Quando ela voltou, era uma espada com um metal estranho e preto.
Tudo bem, tudo bem... Agora eu vou virar assassina? Pronto, acabaram minhas chances de ser adotada. Bem, antes matar do que morrer, e eu estava numa situação de legítima defesa... Não é?
A mulher estava alheia ao fato de que eu estava pensando. Ela avançou e eu pude ver suas pupilas verticais e língua bifurcada. Língua bifurcada? Pupilas verticais? Bem, eu estou ficando louca. Ou isso é um sonho.
- Se é um sonho, não deve doer, certo? – perguntei para mim mesma.
Mas o monstro me feriu mais uma vez e dessa vez jorrou sangue do meu braço esquerdo.
- Está bem, não é um sonho. – falei.
Se não é um sonho e essa mulher está me ferindo, é certo atacá-la, não é? Ela tentou mais uma vez e eu me desviei. Ainda bem que tenho reflexos rápidos, pelo menos. As três avançaram de vez e eu, por impulso, desferi um golpe na mulher na minha frente. Ela se desfez como pó. Eu fiz o mesmo com as outras duas e virei para o estranho, pressionando a lâmina em sua clavícula. Como eu fiz isso? Seria formidável fazer.
- Me desculpe a grosseria. Eu sou seu sátiro. Bem, sua mãe deve ter muito que te explicar, não é? – ele me sorriu.
- EU SOU ÓRFÃ, SEU GRANDE BURRO! – gritei.
- Ah... – ele pareceu surpreso – Então me deixe te contar. Sabe aqueles mitos da mitologia grega?
- Sim. – respondi com a voz ameaçadora.
- São verdades. – ele disse.
Então eu tive um estalo. É claro que eram verdades! Monstros tentavam me perseguir nos orfanatos e nas casas que eu ia, sempre estragando as adoções que ocorriam. Sem falar que quando eu era menor tinha encontrado algo como uma hidra.
Hidra? Você está parando para se escutar, Ellen? Mitos gregos são verdade? Bem, no final, eu não tenho nada a perder, não é? Suspirei e encarei o garoto na minha frente, cética.
- Continue. – falei.
Ele sorriu.
- Você acredita? – ele ficou aliviado – Achei que fosse mais difícil. Vou te mostrar um lugar chamado Acampamento Meio-Sangue, tudo bem?
- Olha, se for uma brincadeira de mal-gosto, eu juro que eu vou lhe transpassar com essa coisa. É melhor que esse lugar exista. – falei ameaçadoramente.
Então ele olhou em volta e esticou a mão, como se pedisse um táxi. Bufei. Até eu que tinha acabado de chegar nessa cidade sabia que os táxis não...
Mas o táxi veio. Tudo bem, os táxis dessa cidade sempre foram cinzas? Porque eu não me lembro dessa não.
- Ah, ótimo, agora eu sou a órfã louca. – falei colocando a mão na testa.
- Vamos. – me incentivou o desconhecido.
Eu sou mesmo estúpida, mas entrei. E me arrependi. Dentro, haviam três velhinhas que aparentemente brigavam por um olho. Tapei meus ouvidos e comecei a cantarolar alto enquanto o menino conversava com elas. Não, eu não sabia o que elas estavam falando, mas eu não queria realmente saber. Nunca gostei de papo de velhos mesmo. Na verdade, nunca gostei muito de pessoas mesmo.
Mas vamos combinar que as velhinhas ou não sabiam dirigir ou queriam nos matar, porque elas dirigiam muito mais rápido e irresponsavelmente do que qualquer motorista que eu já tenha visto na história do trânsito. Seja nesse ou no meu país. Elas nos deixaram numa base de uma colina muito bonita e eu olhei, admirada por alguns minutos. Então eu saltei ansiosa do táxi, nem um pouco a fim de pegar mais uma carona com elas.
O garoto ficou ao meu lado depois de um minuto.
- Esse é o Acampamento Meio-Sangue, um lugar para aqueles que são filhos de deuses gregos e de mortais. – ele me olhou – Como você.
Não decidi discutir. Ainda tinha a minha espada. Se aquilo fosse uma brincadeira, arrancaria sua cabeça fora. Simples assim.
- Foi bem mais fácil do que eu imaginava. – ele disse e começou a subir.
O segui enquanto ele subia a colina. Na correria, já virara noite. Eu olhei as estrelas no céu. Estava ficando cada vez mais impaciente, até que ele me mostrou.
Eram algumas mesas onde se sentavam vários adolescentes, conversando. Eles usavam blusas laranjas com o escrito “Acampamento Meio-Sangue”.
E também tinha uma espécie de logotipo, com um centauro ou algo do gênero. Um homem, ou melhor, um cara metade homem e metade cavalo me olhou. As pessoas pararam de conversar, de repente me notando ali.
Eu não me senti à vontade. Nunca me sentia à vontade no meio de muitas pessoas, mas elas me olhavam estupefatas e admiradas ao mesmo tempo. Tudo bem, eu era uma menina loira coberta de sangue segurando uma espada, então não levei isso para o lado pessoal. Eu também me encararia.
Mas era estranho, eles não me olhavam exatamente, olhavam algo acima de mim.
- Ahm... Oi? – falei confusa.
Então eu entendi o que eles olhavam. Um elmo negro pairava acima da minha cabeça. Eu dei de ombros e coloquei as mãos nos bolsos do meu short jeans.


• Eu sei, eu sei, eu deveria estar no chalé de Hades. Mas eu gosto da floresta perto do lago, embora eu morra de medo do lago. Sentei-me na borda e coloquei meus pés para dentro, até que ouvi os passos das harpias. Ah não, pensei. Então eu comecei a correr para dentro da floresta.
Eu sei, atitude estúpida. Mas eu tenho minha pulseira, afinal de contas. Minha pulseira que vira espada de ferro estígio. Maluco, mas tudo bem.
Então, sabe, coisas estranhas acontecem comigo. Coisas estranhas desse tipo. Eu ouvi uma voz vinda da floresta e vi um vulto branco correndo naquela direção.
Sabe, às vezes eu sou mesmo estúpida, mas não pude deixar de correr atrás do vulto. Eu jamais tinha visto nenhum deus grego e queria firmar minha fé neles. Além do que a voz me hipnotizava. Quando eu finalmente parei, estava no meio da floresta. Três mulheres idênticas então surgiram à minha frente, ergueram as mãos na minha direção e disseram:
- Ataquem!
Elas me assustaram, admito, com seus olhos vermelhos intensos. Mas não o suficiente para que eu não conseguisse abrir um sorriso e jogar minha pulseira. Ela se transformou na imensa espada de ferro estígio. Três monstros apareceram para me matar.
Tudo bem, eu sou mesmo estúpida, mas não consegui resistir e gritar:
- Visitas há essa hora? – sorri como quem se desculpa – Desculpa, mas mamãe ensinou a nunca falar com estranhos no meio da noite. E convenhamos, vocês poderiam pelo menos pentear os cabelos, ein?
As três dracaenas que tentaram me matar uma vez arreganharam os dentes e eu suspirei.
- Sabe, derrotar vocês já está sem graça. – dei de ombros.
- Não ssse preocupe, esssse vai sssser sssseu último combate. – a do meio sorriu.
A primeira atacou. Eu me abaixei e cortei sua perna. Ela desapareceu.
- PRÓXIMO! – gritei.
Eu estava me exibindo só um pouquinho, afinal eu havia aprendido bastante com Quíron e os campistas de Hermes e etc. Eu não gostava do modo que eles me tratavam, só pelo fato de eu ser loira, pálida e nova. A segunda e a terceira atacaram juntas. Mas que grande porcaria, elas pareciam mais espertas dessa vez. A segunda conseguiu golpear minha perna. Eu gritei de dor e a empurrei para longe. Burrice minha. Deveria ter atacado quando tive chance.
A terceira avançou sorrindo. Eu não podia correr, então eu tinha que derrotá-las sem sair do lugar. Eu joguei minha espada na testa da segunda. Grande idiotice, eu ainda tinha a terceira para matar. Ela riu de satisfação e avançou para mim. Eu rolei para longe, batendo no tronco de uma árvore.
Ela aproveitou para me golpear. Então eu fiquei de pé, mas caí novamente. Não conseguia me apoiar num pé só. Olhei para cima, para um galho fino, porém longo. Então eu me preparei. Quando ela tentou me chutar novamente, me lancei com tudo para o galho. A dracnae riu.
- Não pode ficar aí para sempre!
Então eu dei um impulso para o chão e ele quebrou.
- Quem disse que eu quero ficar ali para sempre? – falei.
Eu segurei o tronco e o enfiei na sua barriga. Com o resto das minhas forças da minha perna machucada, me lancei para frente, para a minha espada.
- SUA BURRA! Isso não me mata! – ela riu.
- Mas isso, sim! – gritei ao jogar minha espada mais uma vez.
Tudo bem, eu deveria ter acertado a cabeça, mas caiu no tórax. Até que foi bom, afinal, não se pode ter tudo na vida. Então eu me virei para as mulheres misteriosas, mas elas tinham desaparecido. Suspirei e me encostei-se a um tronco, cantarolando, esperando que alguém desse por minha falta.

Que tal?[/b][b]

Com a ausência de Hades por questões off, eu e Hefesto resolvemos aprovar sua ficha. Apesar que devo salientar que os treinos atuais e postagens recentes estão bem melhores do que seu teste, mas isso nos fez ver seu potencial. Bem vinda, filha de Hades. Por favor, envie-me uma mp com os presentes que deseja!