OBS: Repostando por erros mitológicos (por isso fora de hora)
O ministério da saúde adverte, ler este post pode causar:
Retardamento Mental Aguda
Crise de Tédio
Tentativa de Suicídio por desgosto
Em caso de sintomas consulta um médico ou farmacêutico, leia a bula
Atenção, post não recomendado para todos os públicos, contêm:
Linguagem Impróprio
Bobeira excessiva
Alta taxa de retardamento mental
Classificação: 12 anos
~Feito correndo, para variar~
- Cara, ela é uma garota tão legal
Dei uma pequena mordida no sorvete.
- Tão linda, tão fofa... Tão perfeita.
Meu sorvete já estava na metade.
- Mas... Ela pertence ao inimigo...
Meu sorvete já tinha acabado.
- Cara, ela é tão perfeita...
- Velho... Dane-se isso, eu não to nem ai... Me passa esse pote com as plantas especiais – disse um tanto irritado, apontando para o pote amarelo com alunar ervas secas.
O curandeiro enamorado pegou o pote, um tanto magoado, mas provavelmente não comigo. A situação era bem simples. Seu nome era William Solve, filho de Hefesto e Curandeiro de Asclépio... Ele era meu fornecedor de “remédios especiais” aqui no acampamento. Sua amada era Sussy Taraka, filha de Quione, sem grupo especial... Ambos os chalés estavam em uma espécie de guerra... A coisa era feia no capture a bandeira.
Apesar dos filhos de Hefesto terem certa vantagem, Quione tinha Poseidon do seu lado, assim como Hefesto tinha Zeus... Era uma disputa complexa e realmente dolorosa. Eu costumava ficar sentado em uma árvore, pouco ligando para as disputas, apenas observando.
No entanto, eu não podia vir até aqui sem ter que ouvir as reclamações de William, assim como não podia ir no chalé de Quione sem ouvir as reclamações de Sussy, então eu estava preso neste maldito romance fracassado, querendo eu ou não.
Enquanto eu refletia sobre minha infeliz sorte, William já voltara à choramingar.
- Por que? Por que uma garota tão perfeita precisava ser do inimigo? Me explique Tobby! Por que?
Fiz a única coisa que julguei correta naquele momento.
Atingi-o direto no olho com um soco de direita.
Ele caiu para trás do tronco que estava sentado e, mesmo depois do susto ter passado, ele permaneceu deitado. Pude ouvir sua voz rouca dizendo:
- Por que fez isso?
- Por que está sendo um idiota – respondi de forma fria
- Obrigado então – respondeu ele se levantando e esfregando o olho atingido, não havia sido forte, mas provavelmente estava doendo.
- Cara, se você gosta tanto assim dela, não devia ligar para a droga dessa rixa entre os chalés... Logo seus irmãos e os irmãos dela vão estar todos mortos mesmo, para que ligar?
Ele me olhou por algum tempo depois bufou:
- Sua perspectiva de vida é deprimente...
Depois de algum tempo, um campista ferido chegou até onde estávamos e implorou por socorro. William o levou as presas até sua tenda médica do outro lado do acampamento, longe da entrada da floresta onde estávamos coletando ervas. Eu me dirigi até a área destinada aos chalés dos deuses menores.
Eu não me lembrava de qual era o número do chalé de Quione, mas não foi difícil de achar.
Após algum tempo sou atendido na porta por Sussy, que parecia estar chorando à pouco, mas permitiu-se um sorriso ao me ver.
- Olá Tobby... – Disse ela com uma voz fungada – Seu pedido já está pronto, entre.
Eu adentrei no ressinto gelado, onde havia mais duas filhas de Quione, que pareciam ter chorado recentemente também e três potes de sorvete pela metade. Sussy foi até o refrigerador do chalé e de lá tirou um saco cheio de picolés dos mais diversos sabores. Meus olhos se iluminaram com a visão, eu queria pegar aquilo e sair correndo, mas a garota foi mais rápida:
- Sabe Tobby – disse ela me puxando para sentar-me no beliche – O William é um cara tão legal, mas o chalé dele é tão idiota...
Ela retirou alguns fios de seu cabelo negro da frente do rosto e fungou mais uma vez.
- Ahn... Por que vocês dois não resolvem isso logo de uma vez? – Disse, já prevendo a resposta
- Ah, porque aqueles malditos de Hefesto não permitem! Eles são um bando de idiotas!
As outras garotas se manifestaram com um “É”, depois voltaram aos seus sorvetes.
- Bem – disse ela por fim, limpando uma lágrima que escorreu do rosto – Você pode me ensinar algumas técnicas de combate?
Eu ponderei um pouco. Odiava ser professor, mas não aguentava mais os dois me enchendo de cada lado. Aquilo deveria servir...
- Pode ser... Me encontre na floresta daqui a duas horas...
Ela concordou com um sorrisinho leve. Sai do chalé de Quione e levei meu estoque de sorvetes para um esconderijo – localizado no meu chalé, embaixo do piso da minha cama – e fui até a tenda dos curandeiros.
Lá o garoto que estava machucado antes, acabava de sair com um grande curativo no braço, além de uma pequena garrafa com um líquido estranho. William sorria um pouco pelo bom trabalho, mas seus olhos ainda estavam tristes.
- Olá Tobias...
- Oi. Então... Cara, anime-se um pouco. Que tal um treino na floresta? Daqui à duas horas.
Ele me olhou por um tempo, depois soltou uma risada fraca.
- Tudo bem... Acho que um treino vai me fazer bem.
Sai de lá com um sorriso levemente sádico no rosto. A Arena havia recebido caixotes especiais esta semana, e eu tinha acesso a pelo menos um deles. Com a ajuda de alguns sátiros, levei a caixa até a floresta, no local combinado, atrás de uma grande rocha. Retirei os lacres da caixa de madeira, mas não liberei o conteúdo.
Logo Sussy chegou. Ela vestia uma camisa do acampamento, calça jeans e tinha um arco consigo, além da aljava de flechas. Ela sorriu ao me ver, mas logo sua expressão mudou para uma raiva envergonhada ao ver que William se aproximava. Ele usava uma armadura de couro e tinha uma espada curta em mãos.
- O que ele faz aqui? – Indagou Sussy em um misto de felicidade, raiva e confusão
- Tobias me chamou – disse William, confuso, mas corado ao ver sua amada
- Bem, qual o melhor jeito de se unir um casal do que uma situação mortal?
- Olha, eu consigo pensar em pelo menos 10 antes de você terminar essa frase – disse William com um tom irônico.
Resolvi ignorar o comentário do garoto e os guiei até o lado do caixote.
- Então... Aqui tem uma pequena surpresa para vocês. Salvem um ao outro e deixem esse amor arder acima da rixa idiota dos chalés de vocês... Boa sorte.
Antes que eles pudessem protestar, dei um tapa da lateral da caixa e sai correndo para trás da pedra. O lado oposto caiu, revelando um escorpião tamanho família. Ele devia ter o tamanho de um labrador e não era venenoso, mas uma picada dele deveria doer por pelo menos uma semana.
A coisa mais inteligente a se fazer seria correr para longe da floresta, ou no mínimo lutar contra a criatura que seque é tão forte assim. E exatamente por essa razão, o casal enamorado correu para dentro da floresta.
Eles corriam e corriam, com o escorpião atrás deles. Me pergunto o que se passa na mente de alguém que tem um arco ou uma espada para correr para dentro de uma floresta infestada de monstros, sendo que a única coisa que os persegue é um escorpiãozinho de nada.
Enquanto eles corriam, pude ouvir o urro dos monstros e os gritos cada vez maiores dos semideuses. Creio ter contado pelo menos 20 minutos até eles saírem da floresta, tendo dado praticamente uma volta completa.
Monstros os seguiam, mas ao ver o limite da floresta retrocederam. Guiei o pequeno escorpião de volta para a caixa. Os sátiros já estavam lá para levá-lo de volta então me dirigi até os dois semideuses ofegantes.
- E então, como foi? Romântico?
Nenhum dos dois respondeu, mas por seus rostos eu diria que não foi a minha melhor ideia.
William se dirigiu novamente para as tendas, prometendo que apareceria para o lual desta noite. Acompanhei Sussy até seu chalé por insistência da mesma. Minha boa vontade estava definitivamente acabando.
- Tobby... Por que é assim? Por que não posso ficar com o William em paz?
- Por que o seu chalé é cheio de idiotas, o chalé dele é cheio de idiotas, e vocês são dois idiotas por acreditarem em algo que um bando de idiotas disse.
Ela me olhou um tanto magoada, mas viu que eu falava sério. Então continuou, com um tom triste e olhando para o chão:
- Você vai me levar no lual? Não quero aparecer sozinha, nem com o William. Te dou um carregamento extra na próxima encomenda... Sabor uva!
A possibilidade de mais sorvete sabor uva era tentadora, mas eu realmente não queria ir ao lual. Ela me encarava com os olhos esbugalhados e beiço contraído, com seus olhos negros cheios de tristeza. Acabei concordando.
Depois de deixar a garota no chalé, fui até a praia onde aconteceria o lual. Era um belo lugar, grande extensão de areia branca com o mar calmo emoldurando a areia. Barracas e cadeiras eram montadas e eu me dirigi até uma grande árvore ali perto. Era a única visível em metros e tinha galhos grossos e folhagens densas, era perfeita.
Com alguns materiais que estavam ali – e a ajuda de um filho de Hefesto – fiz uma pequena gaiola gradeada de bambus, grande o suficiente para 2 pessoas. Pontas afiadas garantiam que quando caísse no chão, ficaria presa ali até alguém levantá-la. Com ajuda, coloquei-a escondida na copa da árvore, presa por uma corda amarrada na mesma. Era só soltar a corda e ela cairia sobre o alvo, o qual marquei com um enorme “X” em tinta.
Esse trabalho todo levou mais tempo do que o esperado, mas estava bem feito. Eu esperava não precisar dele, mas nunca se sabe não é?
Depois de tudo pronto, fui até meu chalé. Vesti uma camisa branca qualquer e calças jeans. As mangas longas da camisa não eram tão quentes quantos as pessoas achavam, e esta não estava suja de sangue, então seria essa mesmo.
Fui até o chalé de Quione com um sorvete na boca. Muitas pessoas já estavam indo para a praia e, pontual como sempre, William já devia estar lá. A porta se abriu e devo admitir que ela estava bem. Usava um vestido branco fino e refrescante, que ia até seus joelhos e era irregular, em um estilo que me lembra praia, por algum motivo. Seus cabelos negros estavam jogados de certa forma para o lado direito da sua cabeça e ela usava alguma coisa em seus olhos que não lembro o nome, mas era azul-marinho.
Arrastei-a o mais rápido que pude para a praia. Para meu plano dar certo, eu precisava ficar em um local especifico, ao lado do bar dos filhos de Dionísio. Segurando a garota pelo pulso, usando a mão direita, arrastei-a por toda a festa, ignorando os olhares e os comentários. Sussy estava corada e meio irritada e sussurrou em meu ouvido:
- Tobby... Eles acham que estamos juntos! Estão comentando sobre um triângulo amoroso entre mim, você e o William...
- Sussy... – Ela olhou para mim com mais atenção – Dane-se.
Um tanto grosso, mas eu realmente não ligava para aquele bando de adolescentes idiotas, por isso não gosto de festas. No caminho, avistei William conversando com amigos, agarrei o colarinho dele e comecei a arrastá-lo com o braço esquerdo. Ambos estavam confusos e não eram muito pesados, mas aquilo era ridículo, eu parecia um professor do primário arrastando dois alunos desobedientes para a diretoria.
Finalmente chegamos no bar. Pedi ao filho de Dionisio um pouco da bebida mais forte que eles tinham permissão para produzir. William e Sussy tentaram argumentar, dizendo que não bebiam, mas lancei um olhar raivoso sobre os dois, minha paciência já estava no limite, e eles viraram o copo sem mais uma palavra.
A noite continuou assim, cada vez mais bebida e vez ou outra eu permitia que eles comessem alguma coisa, para equilibrar, além de pausas para ir ao banheiro. Ninguém se aproximava, mesmo que quisesse. Esse era um dos lados bons de inspirar medo nos demais.
Quando já estava escurecendo, William e Sussy já não falavam coisa com coisa, e mal conseguiam ficar de pé. Estava na hora do meu segundo plano.
- Então, William, diga-nos... O que você mais gosta na Sussy?
- Bem... – o hálito de álcool era detestável, mas estava decidido a aguentar aquilo. Ele pronunciava palavras de forma enrolada, típica dos bêbados – Tem muitas coisas... A personalidade, a beleza... Esse sorriso lindo...
Ele fez uma pequena pausa, enquanto ambos sorriam de forma tímida um para o outro.
E então, ele estragou tudo.
- Mas o mais importante é porque ela é gostosa – ele sibilou os “S” como uma cobra, outra coisa de bêbados, eu acho
Arregalei meus olhos para o que ele acabara de dizer. E devo admitir que, se Sussy não tivesse dado-lhe um tapa na cara, eu mesmo faria isso.
William estava confuso com o tapa e Sussy irritada, meu plano 2 estava no bueiro. Estava na hora do meu plano B.
“Quer dizer... Não completamente B, porque ele... Bem... Só um pouco, eu acho” pensei
Levei os dois até a árvore, um local levemente grameado. Apesar de protestos como: “Eu não quero ir com esse idiota” “Eu to com sono” “To com dor de cabeça” “O que essa vaca voadora está fazendo aqui?” – eu continuei, arrastando os dois.
- Por que tem um X aqui? – Perguntou William com um riso bobo no rosto, apontando para o X no chão.
Sem responder, eu puxei a corda, fazendo a gaiola cair sobre eles e os envolver por completo. Por sorte estavam bêbados demais para saírem dali, o que poderia tê-los machucado. Algum tempo depois, eles parecem ter notado o que aconteceu e um leve brilho de lucidez passam por seus rostos enquanto eles gritavam para que eu os tirasse dali.
Sorri com aquilo, meu plano B estava indo muito bem... Até que uma ideia terrível passou pela minha cabeça. Eles estavam apaixonados... E bêbados... E ficariam sozinhos em um local apertado a noite toda... Olhei em volta, em busca de uma farmácia, mas não havia nenhuma. Tentei imaginar qual seria a reação do Quíron quando uma nova criança nascesse no acampamento e a culpa fosse parcialmente minha.
“Não vai ser legal” pensei, um tanto receoso, mas já estava feito.
- Bem, amanhã de manhã eu apareço com comida e bebida para vocês, se precisarem usar o banheiro... Tente evitar, mas sei lá... E juízo ein!
Fui me afastando à medida que eles berravam mais e mais. Eu havia deixado avisado no centro das harpias que aquilo era “um treinamento especial” e que não deveria ser interrompido.
Quando cheguei no chalé, imaginei que a culpa por deixá-los presos lá sozinhos e sem comida ou bebida no meio da noite impediria meu sono, mas não, eu dormi rápido e profundamente.
No dia seguinte, eu levava alguns sorvetes e uma garrafa de suco de laranja, alimentos básicos da pirâmide alimentar. Eu temia o que eu podia encontrar, mas parece, veja bem, parece que nada aconteceu.
Eles estavam sentados e abraçados, em conchinha, acho, dormindo. Com a ajuda de um filho de Herácles, eu puxei a corda novamente para cima e a armadilha ficou presa na copa da árvore. Os dois caíram para trás e acordaram, surpresos de me verem e que já era dia.
- Então... O que fizeram? – Perguntei, entregando a cada um um copo de suco
- Nada – olhei-os sem acreditar, mas William continuou – Nada mesmo! Dormimos um pouco depois que você foi embora.
- Eu estava com frio... Ele com calor... Nos abraçamos... – Sussy sorriu, dando um selinho no garoto
- Sem melação, por favor – disse, estendendo o sorvete
Os dois riram e William me encarou sério.
- Tobby... Muito obrigado por nos juntar... Sério mesmo
- Não foi nada...
- Mas considerando que foi ele que nos prendeu aqui, não sei se merece bem um obrigado – riu a filha de Quione
- Vou aceitar mesmo assim – respondi, sem ligar muito para os olhares dos dois
Os dias que se seguiram foram marcados inicialmente por profunda reprovação dos chalés de Hefesto e Quione, tentando acabar com o namoro, xingando-se mutuamente e etc etc etc, mas nada realmente serviu para separar os dois.
Apesar de se recusar a fazer o teste e afirmar que os dois não haviam feito nada, eu achava que Sussy não estava grávida. Como prometido, eu tinha um carregamento extra de sorvete de uva em minhas encomendas, além de um desconto nos meus medicamentos “especiais”.
“Ser bonzinho é legal... Você ganha coisas... Mas convenhamos, é realmente chato... Por isso eu sou um assassino” pensei sorrindo, enquanto minha faca perfurava o rosto de uma mulher mortal... Uma mulher qualquer...
Uma última mensagem para ela e seu namorado...
- Sorriam... E Feliz Dia dos Namorados.
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End Post
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- Armas Utilizadas:
-o-
- Poderes Utilizados:
-o-
- Notas Finais e Descontos:
Eu só matei 2 pessoas, no final